Hidden Figures - Elementos Secretos (2016)

Titulo Original: Hidden Figures

Realizador: Theodore Melfi

Escrito por: Allison Schroeder e Theodore Melfi (guião), Margot Lee Shetterly (baseado no seu livro com o mesmo nome)

Atores Principais: Taraji P. Henson, Octavia Spencer, Janelle Monáe, Kevin Costner, Jim Parsons.

Na corrida dos EUA contra a Rússia para pôr um homem no espaço, a NASA encontrou talento num grupo de afro-americanas peritas em matemática que serão os cérebros por trás de uma das maiores operações na história dos Estados Unidos. Baseado nas verdadeiras, e inacreditáveis, histórias de vida destas três mulheres, conhecidas como “computadores” humanos, durante o filme acompanhamos a sua rápida subida pelos escalões da NASA, ao lado de muitas das grandes mentes da historia, especificamente incumbidas com os cálculos do momento de lançamento do astronauta John Glenn para órbita, e garantir o seu regresso seguro. Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson atravessaram todas as linhas de género, raça e profissão enquanto que o seu brilhantismo e desejo de sonhar em grande, além de tudo o que alguém alguma vez atingiu, as plantaram firmemente na história dos Estados Unidos com verdadeiras heroínas americanas.

* Este comentário contém spoilers *

Gostei bastante deste filme! Há que contextualizar que não costumo gostar muito de filmes que retratam histórias verídicas, e esta minha preferência deve-se a dois factores: primeiro porque eu sofro de uma facilidade ridícula em chorar em tudo quanto sejam cenas tristes nos filmes/ séries e neste tipo de filme normalmente chego ao fim com os olhos inchados, o nariz a pingar e uma gigantesca dor de cabeça; segundo porque tenho sempre a sensação ao vê-os que são escritos para causar pena ao espectador, todos eles, recorrendo a este sentimento para criar uma ligação entre o publico e a história, como se a vida das pessoas não valesse a pena dar a conhecer se não for triste ou miserável. Estes dois factores não influenciaram a minha experiência neste filme. A história é objectiva e explica a vida de três fantásticas mulheres que não são dignas de pena, mas sim da maior admiração. A única cena em que dei por mim a chorar como um recém-nascido foi na que ??? “explica” ao chefe que sempre que precisa ir à casa de banho tem de fazer uma viagem de 40 minutos. E chorei não por pena dela, mas mais por incompreensão desta discriminação que tantos anos depois continua a acontecer e que impede a evolução da nossa sociedade.

Gostei da maneira como a história foi construída. Gosto sempre que me contem histórias de pessoas com uma inteligência acima da média, do esforço que faço para tentar perceber como essas pessoas pensam. Gosto que o tema central do filme seja um marco importantíssimo da história da humanidade e que, apesar de nos darem contexto das vidas pessoais das três super mulheres para melhor compreendermos as suas escolhas, essa vida pessoal não oculte o que realmente importa, que por causa delas conseguimos explorar o espaço. Gosto que todas elas tenham desempenhado papeis que não estou habituada a vê-las representar noutras casos e por isso me mostram o quão boas actrizes são. Gosto das roupas, das maquilhagens e dos cabelos que são tão fieis (aquelas calças que os homens usam quase debaixo dos sovacos são hilariantes). Até a música entra perfeitamente no conjunto, com as suas partes cómicas, sérias, calmas e agitadas a fundirem-se tão subtilmente nas cenas que mais parecem um sentimento (mood) do que som.

Em conclusão, para um género de filme que, de longe, não é dos meus preferidos tenho de lhe dar os merecidos 7 pontos.